Jorge Amado (Jorge Leal Amado de Faria) foi jornalista, romancista político e memorialista. Nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA, no dia 10 de agosto de 1912 e faleceu no dia 06 de agosto de 2001, em Salvador, BA.
Aos 14 anos, na Bahia, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que, juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba, desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Sosígenes Costa, Válter da Silveira, Áidano do Couto Ferraz e Clóvis Amorim.
Foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos 63 anos começou a redigir suas memórias, muito incentivada por ele. Escreveu “Anarquistas, Graças a Deus!”, a que se seguiram, “Um Chapéu Para Viagem”, “Senhora Dona do Baile”, “Jardim de Inverno”, entre outros.
Jorge Amado é um dos maiores representantes da ficção regionalista, que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia e apresenta forte preocupação político-social, que denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares. Essas características aparecem, por exemplo, nas obras "País do Carnaval" e "Capitães de Areia".
Com o amadurecimento, sua força poética volta-se para as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, para a seca, a exploração do trabalhador urbano e rural e para o coronelismo latifundiário, como em "Cacau, Terras do Sem-fim" e "São Jorge dos Ilhéus".
Foi eleito deputado federal pelo PCB em 1945. Entre os projetos de lei de sua autoria, estava o que instituía a liberdade de culto religioso. Foi Obá do Axê do Opó Afonjá, na Bahia, onde viveu, cercado de carinho e admiração de todas as classes sociais e intelectuais.
Jorge Amado foi preso, por pertencer à Aliança Libertadora Nacional, junto com outros intelectuais, entre os quais Graciliano Ramos. Em 1937, publica "Capitães de Areia", que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia. A obra é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele é novamente preso.
Em 1941, refugia-se na Argentina e começa a redigir "O Cavaleiro da Esperança", que relata a vida de Luiz Carlos Prestes.
Viajou pelo mundo todo. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-1942), em Paris (1948-1950) e em Praga (1951-1952). A partir de "Gabriela, cravo e canela" (1958), sua literatura passou a dar mais relevância ao humor, à sensualidade, à miscigenação e ao sincretismo religioso. Outros exemplos são "Tenda dos Milagres" (1969) e "Tieta do Agreste" (1977). Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1961, e ganhou prêmios importantes da literatura em língua portuguesa, como o Camões (1995), o Jabuti (1959 e 1997) e o do Ministério da Cultura (1997).
Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais de seus livros reproduzidos também no cinema e na televisão. Recebeu no estrangeiro os seguintes prêmios: Prêmio Internacional Lênin (Moscou, 1951); Prêmio da Latinidade (Paris, 1971); Prêmio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prêmio Risit d’Aur (Udine, Itália, 1984); Prêmio Moinho, Itália (1984); Prêmio Dimitrof de Literatura, Sofia - Bulgária (1986); Prêmio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscou (1989); Prêmio Mundial Cino Del Duca, da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prêmio Camões (1995).
Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia.
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